A decisão é do juízo da Comarca de Araguaína, norte do estado, e saiu na sexta-feira (12). Ela atende representação baseada na investigação do caso, realizada pela 1ª Delegacia Especializada em Investigações Criminais (DEIC – Palmas).
O g1 pediu posicionamento da defesa de Karol sobre a nova decisão, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
De acordo com a Polícia Civil, os bens estão sob custódia do Estado, e a alienação antecipada é para “evitar a deterioração e a desvalorização do patrimônio apreendido”.
Entre os veículos de luxo de Karol, apreendidos durante a operação Fraus, realizada em agosto deste ano, estão uma McLaren Artura, avaliada em cerca de R$ 3 milhões, e um Porsche avaliado em R$ 979 mil, entre outros.
Relatórios técnicos do Núcleo de Recuperação de Ativos da Polícia Civil (NURAT) apontaram que, por estarem sob responsabilidade do Estado, em caso da impossibilidade de realizar manutenções por causa da deterioração, poderia gerar prejuízo ao interesse público, além de comprometer o resultado do processo penal contra a influenciadora.
Investigação apontou que Karol Digital adquiriu carros de luxo — Foto: Reprodução Instagram Karol Digital/Divulgação Polícia Civil
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) destacou que a alienação antecipada é prevista na Lei de Lavagem de Dinheiro e possui natureza cautelar. Os recursos provenientes dos bens serão depositados em uma conta judicial até que a ação penal seja finalizada. Em caso de condenação definitiva, a ré perde os bens.
Com a decisão que a autoriza a alienação, os bens de Karol serão avaliados e levados a leilão judicial. Assim, os valores arrecadados vão ficar à disposição da Justiça.
A polícia ressaltou ainda que a demora no andamento do processo “não pode resultar na perda do valor dos ativos, sobretudo quando já demonstrada a dificuldade de manutenção e o risco concreto de desvalorização”.
Relembre prisão de influenciadora
Os dois foram presos suspeitos de esquema de exploração ilegal de jogos de azar, associação criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular.
Segundo a polícia, Karol simulava ganhos em apostas para enganar seguidores e promover plataformas ilegais. Conversas revelaram que ela cobrava até R$ 30 mil para divulgar sites de jogos, apesar de afirmar publicamente que não tinha contratos com essas empresas.
As investigações apontam movimentação de R$ 217,6 milhões entre 2019 e 2024, envolvendo 30 contas bancárias em 13 instituições. Só em depósitos pessoais, Karol recebeu mais de R$ 37 milhões de plataformas ilegais.

Vídeo mostra momento em que influencer e namorado são presos em Araguaína

