O prefeito de Maricá (60 km do Rio de Janeiro) e atual vice-presidente do PT, Washington Quaquá, afirmou nesta quinta-feira (10) ser candidato à chefia nacional da sigla. O anúncio vem em meio a um racha na legenda diante de questionamentos a Edinho Silva, que também tenta o cargo.
Na publicação sobre a candidatura, Quaquá exaltou o papel de Gleisi Hoffmann, atual ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula (PT) e ex-presidente do partido, dizendo que a petista iniciou o processo de revitalização da agremiação e que teve papel fundamental na vitória do atual mandatário em 2022, contra Jair Bolsonaro (PL).
Argumentou querer “um PT popular, dentro das favelas de todo o país”, e atacou Edinho, afirmando que o ex-prefeito de Araraquara (270 km de São Paulo) “nunca sujou os sapatos numa comunidade. Não sabe o que é povo. Além disso, não tem condições de unificar o partido”.
A candidatura de Quaquá coloca mais lenha na disputa pela chefia do PT, que ganhou novos contornos desde que o deputado federal por São Paulo Rui Falcão anunciou tentar a vaga, também em oposição a Edinho Silva.
Falcão espera contar com apoio de deputados federais para a eleição interna do partido. Como Edinho tem enfrentado resistência dentro da ala que integra —a CNB (Construindo um Novo Brasil)—, a tentativa é que o lançamento de candidaturas leve a disputa para um segundo turno.
O ex-prefeito de Araraquara, no entanto, tem ampliado alianças para além da CNB, como o ex-ministro Paulo Pimenta. Seus aliados contabilizam votos que lhe garantiriam vitória em primeiro turno.
Lula, por sua vez, chegou a participar de reuniões com dirigentes do partido na tentativa de viabilizar um acordo que evite desgastes internos. Até agora, sem sucesso.
No centro da disputa também está o controle do caixa do partido. Em fevereiro, o PT aprovou mudança no estatuto para permitir a reeleição de congressistas e dirigentes partidários que já tenham exercido três mandatos consecutivos na mesma Casa Legislativa ou instância da sigla. A decisão permite a reeleição da tesoureira do partido.
A eleição interna da agremiação está marcada para julho. A legenda é interinamente comandada pelo senador Humberto Costa, desde que Gleisi deixou o comando para ingressar no primeiro escalão de Lula.