
A SpaceX lança nesta terça-feira (27), a partir de Starbase, instalação da companhia em Boca Chica, no Texas, pela nona vez seu veículo Starship, foguete com o qual a Nasa pretende levar astronautas à Lua ainda nesta década. A janela de lançamento se abre às 20h30 (de Brasília). Acompanhe ao vivo com o Mensageiro Sideral.
O novo voo vem após dois meses de interrupção em razão de problemas com os dois lançamentos anteriores. Em ambos, realizados em janeiro e março, o primeiro estágio do foguete de 122 metros conseguiu retornar à plataforma como planejado, mas o segundo estágio acabou explodindo antes da conclusão da manobra de ascensão, se despedaçando sobre o mar do Caribe.
Diz a SpaceX que as falhas consecutivas, apesar de terem ocorrido mais ou menos no mesmo momento do voo, tiveram causas distintas, ambas endereçadas pela companhia em suas preparações para o voo 9.
Esta missão marcará o primeiro reúso do Super Heavy, um primeiro estágio do Starship, procedimento que já se tornou corriqueiro para o Falcon 9, principal lançador da empresa. O que voa hoje é o mesmo que subiu em janeiro, após intenso processo de inspeção e recondicionamento. Apesar disso, a empresa garante que a maior parte do hardware é a mesma, inclusive 29 dos 33 motores.
Após essa decolagem, esse Super Heavy não será recuperado. Em vez disso, o plano da empresa é testar manobras com ele numa descida no golfo do México, como forma de investigar os limites do nível de controle sobre o estágio para futuras recuperações.
Quanto ao segundo estágio, a espaçonave propriamente dita, ele terá os mesmos objetivos que não puderam ser cumpridos nos voos de janeiro e março: atingir sua trajetória suborbital planejada, liberar no espaço seis simuladores de satélites Starlink (é plano da SpaceX usar o foguete futuramente para lançar mais desses artefatos à órbita terrestre baixa, incrementando a megaconstelação já em órbita) e fazer uma reentrada mais agressiva na atmosfera, com ângulo de ataque maior, a fim de testar a proteção térmica do veículo e sua capacidade de manobrar para um pouso suave no oceano Índico.
A Nasa espera usar o Starship na missão Artemis 3, que deve levar astronautas à superfície da Lua pela primeira vez no século 21. Marcada para meados de 2027, ela pende pelo pleno desenvolvimento do Starship, que precisará demonstrar sua capacidade para reabastecimento em órbita e alunissagem (feita ao menos uma vez de forma não tripulada) antes que possa levar a tripulação da Artemis 3. É um prazo exíguo, e os especialistas imaginam que o voo pode acabar atrasando. Já a China pretende levar seus primeiros astronautas à Lua em 2029.
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