
Durante sessão na Câmara Municipal de Palmas, realizada em regime de urgência, o projeto de regularização do Setor Aeroportuário foi aprovado com voto contrário do Coletivo SOMOS. A vereadora Thamires Lima (PT), representante do coletivo, utilizou a tribuna para criticar a condução do processo, que segundo ela, careceu de transparência, debate público e estudos técnicos amplamente divulgados à população.
“O que está sendo votado aqui é um projeto de grande impacto urbano e social. Palmas merece mais responsabilidade e diálogo”, afirmou Thamires. A parlamentar questionou a ausência de escuta pública, estudos ambientais e sociais detalhados, e a participação da comunidade local, especialmente de pesquisadores, movimentos sociais e moradores que futuramente serão diretamente afetados pela nova ocupação da área aeroportuária.
“Estamos falando de uma área aeroportuária, que vai ter uma parte comercial e outra parte residencial. E eu me pergunto: qual é o impacto sonoro, auditivo na vida dessas pessoas? Cadê o estudo relacionado a isso? Como isso está sendo reportado pelas pessoas que vão ocupar futuramente aquela região?”, disse Thamires.
O Coletivo SOMOS alega que a votação apressada de um projeto dessa magnitude configura uma falha grave na escuta democrática e ignora os princípios básicos de planejamento urbano sustentável. Para a vereadora, aprovar o projeto sem a devida participação popular é um risco que pode comprometer a qualidade de vida dos futuros moradores, além de gerar conflitos fundiários e ambientais a médio e longo prazo.
“Cadê a participação dos movimentos sociais? Cadê a participação da população, dos pesquisadores, da universidade? Pessoas que vão ser totalmente impactadas pela ocupação. Isso não ocorreu. E isso nos coloca em situações delicadas frente à população palmense”, alertou.
Thamires reforçou que seu voto contra o projeto não é uma oposição cega ao desenvolvimento urbano, mas um posicionamento ético diante da ausência de diálogo com a sociedade. “Eu não estou aqui para faltar com as duas paredes. Estou aqui para fazer o debate limpo. Claro. Mas eu não vou votar naquilo que eu não tenho a participação popular do lado. Isso eu não concordo e não farei.”
Ao final de sua fala, a vereadora ainda fez um apelo aos demais parlamentares para que se posicionem ao lado da transparência e da escuta ativa da população. “Peço também que os demais vereadores estejam me acompanhando devido a essa desinformação que está ocorrendo aqui. É necessário participação popular, é necessário a transparência, é necessário que tenhamos as informações ambientais aqui na região.”