O município bloqueou o trecho da TO-222 que passa por Filadélfia, causando longa fila de veículos nesta quinta-feira (20). A rodovia estadual tem grande importância para quem quer transitar entre os estados. Houve dois pontos de bloqueio: na entrada da cidade, para quem está indo de Araguaína para o Maranhão; e outro na margem do Rio Tocantins, para quem está saindo estado vizinho para chegar ao Tocantins.
Segundo o município, essa foi a maneira encontrada pela gestão para alertar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) sobre os problemas estruturais que o município está enfrentando.
Em nota, o DNIT esclareceu que os compromissos estabelecidos no Acordo de Cooperação Técnica junto ao Estado do Tocantins foram devidamente cumpridos. Também explicou que já foram investidos mais de R$ 150 milhões na recuperação das rodovias TO-201, TO-126, TO-134 e TO-222, seguindo rigorosamente o planejamento de trabalho estabelecido, e que há intervenções programadas para melhorias nas vias em Carolina (MA) e Filadélfia (veja nota na íntegra no fim da matéria).
Desde agosto a Prefeitura de Filadélfia tem realizado análises para acompanhar os problemas gerados pelo aumento do fluxo de caminhões e carretas na cidade.
“Estamos aguardando uma resposta, um sinal do DNIT. Os caminhoneiros agora também bloquearam e não passa nem carro nem van. Os caminhoneiros se revoltaram e acredito que é justo. De antemão a gente pede agilidade, pede o apoio e reforça, Filadélfia é uma cidade que está dando sinal que é uma cidade importante, juntamente com a TO-222. Esse bloqueio é simplesmente para pedir o mesmo apoio que as cidades impactadas pela queda da ponte tiveram”, destacou o prefeito David Bento (Progressistas).
Apesar da ação do DNIT, a prefeitura citou que a ação de tapa-buracos não está sendo deficiente para resolver o problema da malha viária que passa pela cidade.
No dia 29 de agosto deste ano, a prefeitura decretou estado de calamidade pública “em razão do aumento significativo de veículos pesados no perímetro urbano decorrente do redirecionamento do tráfego interestadual” para Filadélfia.
Com o decreto, ficaram autorizadas medidas administrativas excepcionais, como dispensa de licitação para aquisição de bens necessários e parcelamento de obras e serviços públicos no prazo de um ano, além da prorrogação ou recontratação de empresas que atuem na cidade durante a situação de calamidade.
Em outubro, um parecer técnico elaborado pela Defesa Civil do município, decorrente de uma avaliação dos danos nas vias, apontou o impacto do aumento do tráfego intenso.
O parecer destacou, por exemplo, que nas Avenidas Getúlio Vargas e Marechal Deodoro da Fonseca surgiram problemas no eixos arteriais urbanos, sujeitos a fluxo contínuo e saturado de caminhões e carretas.
As ruas Tocantins, Quintino Bocaiúva, Pedro Ludovico, Pedro Afonso e Beco da Praça do Mercado são usadas como rotas de desvio/escape e áreas de manobra de veículos pesados.
Além das reclamações da prefeitura, os caminhoneiros afetados pelas medidas também realizaram durante o dia protestos pedindo melhorias na região.
Filas de caminhões estão na entrada de Filadélfia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Íntegra da nota do DNIT
O DNIT esclarece que todos os compromissos estabelecidos no Acordo de Cooperação Técnica junto ao Estado do Tocantins foram devidamente cumpridos.
Desde o incidente do colapso da ponte, o DNIT tem atuado de forma proativa nas rodovias estaduais afetadas, investindo mais de R$ 150 milhões na recuperação das rodovias TO-201, TO-126, TO-134 e TO-222, seguindo rigorosamente o planejamento de trabalho estabelecido.
As intervenções programadas para os municípios de Carolina – MA e Filadélfia -TO, estão em andamento, incluindo remendos superficiais e profundos, conforme prevê o plano de trabalho do DNIT. A autarquia enfatiza que todas as ações estão sendo realizadas em conformidade com os acordos firmados com as autoridades locais, garantindo total transparência durante todo o processo.
Reiteramos que todas as ações previstas estão sendo implementadas, incluindo a operação 24 horas das balsas entre Estreito e Aguiarnópolis e a reconstrução da ponte, cuja data de inauguração permanece mantida.
O DNIT continua comprometido em cumprir suas obrigações de maneira transparente e eficiente, colaborando com todas as partes envolvidas.

