O prefeito de Apucarana, Rodolfo Mota (União Brasil), anunciou nesta quarta-feira (07), durante coletiva à imprensa, o pagamento da segunda parcela de uma dívida previdenciária de mais de R$ 30 milhões com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), referente à gestão anterior. Segundo ele, o débito se refere à contribuição não repassada ao INSS dos servidores da administração municipal.
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A dívida é resultado de um parcelamento formalizado pela antiga gestão em setembro do ano passado, durante o período eleitoral, totalizando R$ 44 milhões. A prefeitura, segundo Mota, já efetuou dois pagamentos, totalizando R$ 1,5 milhão. Ainda neste ano, deverão ser pagos R$ 9 milhões.
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“Essa parcela é de quase R$ 750 mil por mês. Não foi paga durante a gestão passada e, agora, nós temos que arcar com essa responsabilidade”, afirmou o prefeito. “A população confiou na gente para enfrentar os desafios e é isso que estamos fazendo. Mas é importante que todos saibam a realidade que herdamos.”
Além do valor já parcelado, o município ainda discute administrativamente uma cobrança adicional de aproximadamente R$ 50 milhões, já corrigidos. “Estamos falando de mais de R$ 90 milhões referentes apenas aos servidores da prefeitura, sem contar os quase R$ 100 milhões relacionados aos servidores da educação, revelados no mês passado”, disse.
O prefeito destacou que o não pagamento das contribuições previdenciárias comprometeu o funcionamento de diversos serviços públicos. “Os médicos da UPA estavam com três meses de salários atrasados. As ambulâncias estavam com pneus carecas, e um terço das máquinas do pátio não funcionava. Além disso, deixaram as escolas sem merenda por dez dias no fim do ano. E, mesmo assim, o dinheiro não foi usado para o INSS ou para resolver essas questões”, criticou.
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Outro ponto levantado por Mota foi a contratação de uma consultoria que, segundo ele, recebeu R$ 3 milhões para orientar a prefeitura a não recolher os tributos. “Uma empresa foi paga com dinheiro público para ensinar como dar calote no INSS. Isso é inaceitável. Estamos tomando providências e esperamos que o Tribunal de Contas e a Câmara de Vereadores também façam sua parte”, afirmou.
A situação também impactou diretamente a liberação de recursos para obras e programas no município. “A obra do Adriano Corrêa, por exemplo, ficou parada por mais de um ano por falta de certidão negativa. E não foi só essa. Apucarana perdeu muitas oportunidades por estar com o nome sujo”, lamentou Mota.
Apesar das dificuldades, o prefeito reafirmou o compromisso de sua gestão em restabelecer a normalidade administrativa. “Vamos resolver tudo isso pelos caminhos legais, jurídicos e administrativos. Eu fui eleito para isso. Vamos cuidar da cidade, continuar os mutirões da saúde, entregar os uniformes escolares e garantir que o básico volte a funcionar”, concluiu.