A primeira porta-bandeira da escola de samba Unidos do Viradouro, Rute Alves, está sendo alvo de uma onda de ameaças nas redes sociais após se posicionar contra a anistia aos envolvidos nos eventos do 8 de janeiro.
Os ataques começaram depois que um vídeo de seu discurso durante a cerimônia do Estandarte de Ouro, premiação considerada o Oscar do Carnaval que ocorreu na semana passada, viralizou na internet.
Ao receber o prêmio de melhor porta-bandeira, ela iniciou sua fala com a expressão “antes de qualquer coisa, sem anistia”, e foi ovacionada pelo público presente. Dias depois, no entanto, começou a sofrer ataques online.
A coluna teve acesso às mensagens enviadas à porta-bandeira. Entre as ameaças, uma pessoa escreveu: “Te garanto que sua voz nunca alcançará o reino de Deus”.
“Vocês, sim, vão pagar a conta, seja com vocês mesmos ou com alguém que você ama muito, porque a dor somente é conhecida quando passamos por ela”.
O ataque segue, com frases como “vocês adoram o que há de pior” e “para eles, sem anistia, para vocês, sem o descanso eterno. O inferno é pouco”.
Rute revela que recebeu mais de 50 mensagens durante a última semana. Ela afirma que quis aproveitar o momento de atenção, em cima do palco do prêmio, para mostrar que “Carnaval é política”.
“O sambista não tem tanto poder de fala como as pessoas pensam. Como ali no evento tinha muita gente, pensei que era preciso fazer valer a minha voz”, conta.
Ela também criticou o que considera uma alienação de pessoas envolvidas no Carnaval com relação a pautas mais amplas na política brasileira.
“Sou candomblé, de muita fé, mas o sambista bota tudo na conta da fé e fica muito nesse nicho. Na pandemia morreu gente, esse ser [o ex-presidente Jair Bolsonaro] zombava na cara das pessoas falando um monte de atrocidade e o sambista ficava ali, olhando para o próprio umbigo”, diz.
“Me chamaram de lixo, vagabunda, [disseram] que Deus vai pesar a mão dele sobre mim. Teve um que falou que o sonho era me ver apodrecendo na cadeia sem meus filhos e que apanhasse muito na prisão.”
PAPEL
A atriz e escritora Bruna Lombardi recebeu ao lado do marido, o ator Carlos Alberto Riccelli, convidados para o lançamento da nova edição do livro “Filmes Proibidos”, no sábado (23). O evento no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, contou com a presença da cantora Marina Lima e do escritor Jeferson Tenório. A galerista Maria Helena Peres e sua mulher, a artista plástica Maria Bonomi, também passaram por lá.
com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH
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