Por Marco Aurélio Jacob (@marcojacobbrasil)
Impossível estar em Paris e não ser atraído por ela, a senhora de ferro que imerge da paisagem parisiense com seus quase 330 metros de pura imponência. A Torre Eiffel, com sua estrutura metálica que contrasta de maneira quase poética com a arquitetura clássica e neoclássica que domina a cidade, é um daqueles monumentos que nos fazem parar, olhar e… sentir.
Em minha visita — registrada entre sorrisos e ventos frios no alto do Trocadéro — entendi o porquê de tantos milhões de pessoas ao redor do mundo a colocarem em suas listas de sonhos. Ver Paris da torre é mais do que observar uma cidade de cima; é participar dela. É ver a capital da arte e do amor pulsar sob seus pés.

Um Gigante de Ferro que Nasceu para Durar
Construída entre 1887 e 1889 para a Exposição Universal que comemorava o centenário da Revolução Francesa, a Torre Eiffel foi inicialmente vista com desconfiança por muitos artistas e intelectuais franceses. Mas o tempo a tratou com justiça: hoje é o monumento pago mais visitado do mundo, com milhões de turistas subindo seus níveis metálicos todos os anos.
Projetada por Maurice Koechlin e Émile Nouguier — engenheiros da empresa de Gustave Eiffel — a torre foi uma ousadia para a época. Eiffel comprou os direitos do projeto e defendeu a torre como símbolo do progresso técnico e da modernidade. E não é que ele estava certo?
Koechlin fez um esboço de sua ideia, descrita por ele como “um grande pilão, consistindo em quatro vigas treliçadas separadas na base e unidas no topo, unidas por treliças de metal em intervalos regulares”.
Localmente apelidada de “Dama de Ferro” (em francês: La dame de fer), a Torre Eiffel é o monumento pago mais visitado do mundo; 6,3 milhões de pessoas subiram na torre em 2024. Foi designado um monumento histórico em 1964 e foi nomeado parte do Patrimônio Mundial pela UNESCO (“Paris, Margens do Sena”) em 1991.

Uma Experiência em Andares
A subida é uma atração à parte. São três níveis, cada um com sua própria magia. No primeiro andar, a 57 metros do chão (e 345 degraus de escada), já se tem uma vista generosa da cidade, além de exposições e espaços interativos. O segundo andar, meu favorito, está a 115 metros (está 359 degraus acima do primeiro ou 704 do solo, mas é possível subir de elevador) e oferece uma experiência mais imersiva: lojas, restaurantes (como o célebre Jules Verne, considerado um dos melhores de Paris), e um espetáculo noturno de luzes que hipnotiza.

Mas é no cume, a 276 metros de altura, que se alcança algo indescritível. Paris se revela em 360 graus e em todas as direções: o Rio Sena serpenteando entre pontes históricas, a fachada do Hotel des Invalides e sua famosa cúpula dourada, a geometria dos jardins e o traço vibrante da cidade. Ali, também é possível visitar uma réplica do escritório de Gustave Eiffel, onde ele teria recebido Thomas Edison. E nos dias mais claros pode-se alcançar um raio de 72km de visão, a distância da torre até a Catedral de Chartres.

Para a visitação, os turistas podem escolher se vão até o segundo andar ou até o cume, e se ainda querem ir pelas escadas, que o preço e as filas são menores ou se vão por elevador. Segue o print do valores de hoje (31/03/2025) do site da Torre, lembrando que é bom comprar os ingressos com antecedência, principalmente em feriados ou épocas de alta temporada (entre junho e setembro).

Torre em Números e Curiosidades
- Pesa mais de 10.100 toneladas.
- Possui 1.665 degraus da base ao topo (felizmente, elevadores fazem esse trabalho!).
- A pintura da torre consome cerca de 50 toneladas de tinta a cada 7 anos.
- É composta por 2,5 milhões de rebites e nunca balança mais do que 7 cm, mesmo com ventos fortes.
- Nunca balança mais do que 7cm
Ah, e vale lembrar: sua silhueta foi a mais alta do mundo por mais de 40 anos, até ser superada pelo Chrysler Building, em Nova York, em 1930.
Vale a Pena?
Sim. Vale cada minuto na fila, cada passo, cada clique. A Torre Eiffel não é só um monumento — é um ritual de passagem para quem visita Paris. Uma forma de ver o mundo do alto e de dentro de si mesmo.
E se um dia você estiver lá, pare por um instante. Respire. Olhe. A torre não é apenas uma estrutura de ferro. Ela é memória, é futuro, é sonho. É Paris.