O conclave que escolherá o novo papa não está imune às pressões políticas. “Em todas as coisas há influências, mas nós procuramos não nos deixar influenciar”, declarou hoje de manhã o cardeal Agostino Marchetto enquanto caminhava na via da conciliação tentando sem sucesso passar despercebido pela imprensa.
Aos 85 anos, ele não tem direito a voto, ultrapassou o limite de idade imposto pelo cânone, mas tem voz. E faz questão de usá-la. “Todos são livres para falar sobre o que pensam que o próximo papa deveria fazer, dando atenção particular a um aspecto ou outro”, afirmou, destacando o clima de debate que marca esta etapa do pré-conclave.
Nomeado cardeal por Francisco em 2023, mesmo sem direito a voto, Marchetto foi incluído no Colégio Cardinalício por seu serviço à Igreja e pelo reconhecimento do papa como “o maior intérprete do Concílio Vaticano II”. Secretário emérito do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes, ele representa uma ala que defende a centralidade da evangelização e da promoção humana como pilares da Igreja contemporânea.