Ao mesmo tempo, muita gente compartilha um conteúdo sem checar a fonte da informação ou a sua veracidade não apenas porque concorda com ela (mesmo que esteja errado), mas porque sabe que ele vai lhe garantir simpatia de amigos, colegas, familiares e conhecidos. O “like” é um lugar quentinho. Quem não gosta de uma chuva de likes? Mas uma tempestade de endosso público por vezes ocorre às custas dos impactos e uma mentira viralizada.
O letramento midiático é tema urgentemente no Brasil e no mundo para garantirmos um debate público saudável e o arrefecimento da ultrapolarização burra, que tenta destruir a diferença. Isso não é censurar, nem enviesar, mas apresentar instrumentos a fim de garantir a liberdade e dificultar a vida de quem tenta manipular nossa opinião. Não é apontar qual ponto de vista é certo ou errado, mas fornecer ferramentas para que as pessoas descubram isso por conta própria.
Afinal, quando compramos um smartphone, ele não vem com o manual para ajudar a consumir e produzir informação de forma responsável.
Se o tema fosse presente nem todas as escolas de ensinos fundamental, médio e superior, reduziríamos essa lacuna. Infelizmente, apesar de previsto em planos de educação e do trabalho importante de professores e gestores de política pública, estamos longe disso. No final das contas, encontramos com mais facilidade quem saiba diferenciar uma picanha de uma maminha do que acharmos os que entendem a diferença entre um texto noticioso de um de opinião.
Se isso ocorrer, todos lerão texto ou assistirão a um vídeo até o seu final antes de compartilhá-los.
Irão verificar a fonte da informação de uma notícia antes de passá-la adiante e, se ela não tiver fonte ou se a fonte não contar com nome, sobrenome e endereço, vai evitar compartilhar porque pode ser algo inventado.