

Durante entrevista ao programa De Frente com Maju, da Gazeta do Cerrado, o secretário de Estado da Educação do Tocantins, Fábio Vaz, esclareceu com detalhes a situação do concurso da educação estadual, realizado em 2023, e respondeu às cobranças por novas convocações de aprovados. O tema tem mobilizado manifestações, pressão de aprovados e pedidos por redistribuição de vagas não preenchidas.
De forma direta, Vaz afirmou que há total interesse por parte da gestão estadual em ampliar as convocações e corrigir as distorções ocorridas com o resultado do concurso. Segundo ele, o governo está dialogando com os órgãos de controle e com o Judiciário para viabilizar uma solução legalmente segura, que permita a convocação de mais aprovados, especialmente em cargos que tiveram alta concorrência.
“Me interessa o acordo, porque o que eu quero é o professor efetivo na sala de aula. Já estamos preparando uma comissão com o Ministério Público, a SECAD, o TCE e a Seduc para buscarmos uma solução com segurança jurídica. Isso precisa ser homologado pela Justiça”, explicou.
Fábio Vaz explicou que o concurso, organizado pela FGV, ofertou 5.200 vagas e teve provas aplicadas em junho de 2023. Porém, no resultado preliminar divulgado ainda no segundo semestre daquele ano, ficou evidente que muitas cidades sequer tiveram candidatos aprovados ou inscritos, o que gerou um alto número de vagas ociosas.
“Naquele momento, eu vi que ia sobrar muita vaga. Tinha cidade sem nenhum aprovado. Entrei em contato com a SECAD, que é quem contratou o concurso, e juntos acionamos a PGE. Propus a redistribuição das vagas, mas a Procuradoria respondeu que isso não era possível, porque mudaria as regras do edital, o que só pode ser feito com homologação judicial”, explicou.
Segundo ele, a validade do concurso vai até dezembro de 2025, e a intenção do governo é resolver as pendências antes do encerramento. Já há, inclusive, duas ações na Justiça que tratam do tema — uma ação popular e outra movida por aprovados, ambas baseadas em documento protocolado pelo próprio secretário à época do resultado preliminar.
O secretário também destacou o desequilíbrio entre a quantidade de vagas ofertadas e o número de aprovados por disciplina, o que dificultou o preenchimento de todas as vagas.
Na área de Matemática, por exemplo, o edital previa 950 vagas, mas apenas 320 candidatos foram aprovados. Todos já foram convocados, e não há mais nenhum nome no cadastro para chamar, segundo o secretário. Situação semelhante ocorre na área de Física, com 150 vagas ociosas.
Já em coordenação pedagógica, a demanda foi superada: havia 260 vagas previstas, mas o número de aprovados ultrapassou 2.100. Até o momento, 400 coordenadores foram chamados, mas cerca de 1.600 a 1.700 aprovados ainda aguardam uma oportunidade.
“Existe uma diferença entre ser aprovado e ser classificado. Aprovado é quem tirou acima de cinco. Classificado é quem ficou dentro do número de vagas previsto no edital. E todos os classificados foram chamados. Agora o que temos são aprovados fora do número de vagas”, explicou.
Próximos passos
Fábio Vaz anunciou que o governo está preparando a última convocação do concurso vigente, seguida de um edital interno de remoção para servidores efetivos. A depender da homologação judicial, será possível, então, realizar a redistribuição de vagas não preenchidas, contemplando outros aprovados em áreas com maior demanda.
“Vamos fazer tudo dentro da legalidade, com respaldo do Ministério Público e do Tribunal de Contas. E se a Justiça homologar, poderemos redistribuir e resolver essa situação. O interesse é total, porque o que queremos é ter professores efetivos na rede, principalmente em áreas onde hoje faltam profissionais”, concluiu.
Assista

Brener Nunes
Repórter
Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins
Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Trocando em Miúdos
Coluna escrita por Maju Cotrim escritora e consultora de comunicação. CEO Editora-Chefe da Gazeta do Cerrado. Jornalismo de causa, social, político e anti-fake!
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