
Sem filiação partidária nem experiência como juiz, Aguilar se apresenta como um outsider do Judiciário tradicional, que no México tem sido acusado de operar em favor de elites e de se manter distante das maiorias populares.
Raízes zapatistas e críticas ao Judiciário
Nos anos 1990, Aguilar atuou como assessor jurídico do EZLN, movimento guerrilheiro de inspiração indígena e marxista que se levantou em armas no estado de Chiapas, em 1994, exigindo respeito aos direitos dos povos originários. Ele participou das negociações de paz entre o grupo liderado pelo subcomandante Marcos e o governo mexicano em 1996.
Apesar do histórico com o zapatismo, suas ligações com o movimento não foram enfatizadas durante a campanha, que teve como foco atrair o voto dos simpatizantes do atual governo. Hoje, o EZLN mantém distância crítica tanto de López Obrador quanto de sua sucessora, Claudia Sheinbaum, presidente eleita e aliada política de Aguilar.
Sua nomeação foi formalizada a partir de uma lista de candidatos elaborada pelos três poderes do Estado mexicano, como previsto pelas novas regras que regem a escolha dos membros do Judiciário.
Judiciário como alvo de reforma
A eleição de Aguilar é um desdobramento direto da reforma constitucional proposta por López Obrador e agora levada adiante por Sheinbaum, que prevê a escolha de todos os juízes do país por meio do voto direto.