“Neste momento ele não se sente seguro para se apresentar devido à grande repercussão, ao grande clamor social e que no momento adequado ele será apresentado”, destacou o advogado.
O assassinato aconteceu na noite de sábado (29), em um shopping na quadra 203 Sul, em Palmas. Uma câmera de segurança registrou a discussão e o momento em que Waldecir atirou na barriga de Dhemis. O vigia chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Geral de Palmas (HGP), mas não resistiu.
Waldecir teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. A Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira (1°) um cartaz de procurado. O advogado destacou também em entrevista que o suspeito está tomando medicamento controlado.
“Ele infelizmente cometeu uma fatalidade, está muito arrependido da forma com que aconteceu e vamos resguardar ele do contraditório, da ampla defesa, do devido processo legal, para que sejam estabelecidos os fatos. Ele teve uma crise, ele toma uma medicação, estava em surto”, comentou Zenil Drumond.
Momento em que o suspeito ameaçou e atirou contra vigilante, em Palmas — Foto: Reprodução/Redes sociais
Motivação
Conforme o boletim de ocorrência, Waldecir estava em um carro de luxo, uma Range Rover Evoque, e atingiu uma baliza sinalizadora, momento em que Dhemis o advertiu sobre a parada irregular. O suspeito, então sacou uma pistola da cintura e atirou contra Dhemis.
O circuito de monitoramento interno do shopping registrou toda a ação e o ataque a Dhemis. É possível ver que Waldecir gesticula, saca a arma e aponta para o rosto de Dhemis. Depois de atirar na barriga da vítima, ele continua com as ameaças, conforme as imagens.
Registro de CAC
Polícia Civil divulga cartaz de procurado do suspeito de matar vigia em shopping — Foto: Divulgação/PCTO
O CAC, em regra, não autoriza o porte de arma em locais públicos. Quem tem o registro como colecionador, atirador e caçador pode receber uma autorização de transporte do armamento para locais de treino e competição. O porte de arma necessita de um procedimento específico junto à Polícia Federal.
No processo sobre o porte de arma consta que ele chegou a dizer que era policial civil para tentar se esquivar de uma revista na churrascaria. Waldecir foi absolvido em primeira instância e condenado em segunda instância. A pena era de dois anos de reclusão no regime aberto. A pena foi convertida em prestação de 729 horas de serviço à comunidade.
Vítima era de Sergipe
Dhemis Augusto Santos trabalhava como vigia em um shopping de Palmas e foi morto a tiros por motorista de carro de luxo — Foto: Dhemysson dos Santos/Arquivo pessoal
Dhemis era natural de Sergipe e morou na Bahia antes de vir para o Tocantins em busca de emprego, há um ano. Segundo Edmilson dos Santos, chefe da empresa onde a vítima trabalhava, ele estava se estabilizando financeiramente e queria construir uma família.
“Ele me transmitiu uma confiança, uma paz. Ele não tinha onde ficar e a gente deixou ele no escritório. Aí nós conseguimos um local para ele ficar. Alugamos uma kitnet, pagamos aluguel, água, luz, ele começou a se estabilizar pelo esforço, pela coragem. Ele comprou seus móveis e a gente ajudou, demos uma geladeira e ele foi comprando seus móveis. Uma pessoa bem tranquila, não era violenta, era educada, tratava todo mundo bem”, comentou Edmilson.
A empresa e o shopping divulgaram notas lamentando o assassinato de Dhemis. O shopping ainda destacou que repudia qualquer forma de violência.

Vídeo mostra momento em que vigia de shopping é baleado em Palmas

