A tia das crianças, a faxineira Vânia Pereira, 53, conta que tinha ido buscar os sobrinhos na casa da mãe dela na Vila Kennedy, em Bangu, também zona oeste, para que eles pudessem passar o final de semana com ela na Gardênia Azul.
Vânia contou ao UOL que, assim que desceram do ônibus, as crianças saíram na frente, pela calçada. A faxineira acompanhava a mãe, de 71 anos, e um filho com necessidades especiais, quando ouviu dele que viu alguém armado passar.
“Assim que meu filho falou da arma, os tiros começaram. A gente estava de costas, mas foi muito rápido, não vi nada, se [quem atirou] estava de carro, de moto ou a pé”, diz. Testemunhas afirmam que os atiradores estavam sobre uma motocicleta.
A menina foi atingida no ombro. O menino, na coxa. “Não entendo o motivo de atirar em duas crianças. Foi horrível aquilo ali. Nem eu entendo. A rua estava tranquila”, afirma.
Vânia diz que toda a família está em estado de choque: “eles [as crianças] falam que se recuperaram muito rápido. Foi a mão do Senhor. Mas as crianças estão muito abaladas. A gente também. Eles nem entenderam ainda, sabe? Minha mãe é idosa e está passando mal até agora.”
Somente neste ano, 23 crianças foram baleadas no RJ — o número indica média de quase duas crianças baleadas por mês no estado. Além das crianças, 34 adolescentes foram atingidos por tiros no estado neste ano.