
O secretário estadual da Indústria, Comércio e Serviços, Carlos Humberto Lima, se manifestou sobre a citação de seu nome no inquérito da Operação Nêmesis, deflagrada nessa quarta-feira, 12, e que apura supostas tentativas de embaraçar as investigações de outra operação, a Fames-19, que resultou no afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) no dia 3 de setembro.
Lima é citado por uma denúncia anônima à Polícia Federal que apontou, no dia 13 de outubro, que, através do ex-secretário de Parcerias e Investimentos e advogado Thomas Jefferson, o grupo de Wanderlei ainda continuaria exercendo “influência indevida e irregular dentro da estrutura do Governo do Estado”.
Entre os nomes citados, o denunciante incluiu o secretário da Indústria, Comércio e Serviços do governo Laurez Moreira e que ocupava o mesmo cargo na gestão Wanderlei. Contudo, ao contrário do que ocorreu com outros dois nomes arrolados pela fonte anônima — Alan Rickson Andrade de Araújo e William Nunes de Souza –, a PF não estabeleceu qualquer vínculo de Lima com Thomas Jefferson. Tanto que Alan e Willian foram alvo de busca e apreensão nessa quarta-feira e o secretário não.
Em sua nota, Lima afirma que “não é e nunca foi amigo pessoal de Thomas Jefferson”, a quem diz ter conhecido quando o ex-secretário assumiu a pasta de Parcerias e Investimentos. “Como a SPI é uma secretaria afim, o relacionamento dava-se de maneira institucional, principalmente em razão de a SICS ter assento perante o Conselho de Participações e Investimentos”, explicou o secretário da Indústria, Comércio e Serviços.
Assim, ele reforça que “nunca foi colaborador direto de Thomas Jefferson, uma vez que tinha relacionamento institucional”. Lima ainda diz que “nunca frequentou a casa” do ex-secretário e que sequer sabe onde o advogado reside. “Por sua vez, Carlos Humberto Lima nunca recebeu em sua residência a pessoa de Thomas Jefferson. Afirma-se mais uma vez que o relacionamento deu-se de maneira institucional, tendo em vista a afinidade das pastas, e também em decorrência do mesmo [Thomas] fazer parte do grupo gestor”, afirma.
Sobre o caso de citado pelo denunciante da PF de que um representante de empresa que prestou serviços à Agrotins teria pago R$ 300 mil em propina ao Thomas Jefferson, Lima explicou que “todos os pagamentos de serviços (infraestrutura permanente do parque) realizados durante a Agrotins 2025 foram liquidados e pagos antes do afastamento do governador Wanderlei Barbosa, conforme Ordem bancária: 2025-OB000488 de 28/08/2025”, afirma. Com relação aos serviços de montagem de estrutura para a realização da Agrotins 2025, o secretário afirma que foram liquidados e pagos também antes do afastamento do governador Wanderlei Barbosa, em 03/07/2025, conforme as Ordens bancárias: 2025-OB000367 368, 369, 370. Ele apresentou documentos.
Ao contrário do que afirmou o denunciante, Lima ressalta que nunca integrou o Comitê Gestor do Governo e que, ao contrário do que sugeriu a fonte anônima, “nunca foi mantido no cargo para dar continuidade às supostas operações e desvios de gestão anterior, pelos motivos acima expostos, nunca fez parte do grupo gestor”.
Sobre a ida ao Canadá com Thomas Jefferson e Odilon Coelho Lima Júnior, o secretário disse que foi uma viagem institucional, em missão oficial, “devidamente convidado pela APEXBRASIL, através da Carta Específica de 28/01/25, da lavra de ANA PAULA REPEZZA – DIRETORA DE NEGÓCIOS DA APEX-BRASIL, conforme documento em anexo, sendo que o mesmo descreve a missão com o intuito de atração de investimentos”. Ele conta ter palestrado em um dos painéis no BRAZILIAN MINING DAY. Em tal missão, o então Secretário Thomas Jefferson fez parte da comitiva, juntamente com Lina Ester Ribeiro (MINERATINS), Otton Nunes Pinheiro (AMETO) e ODILON COELHO LIMA JÚNIOR (SICS), exercendo o papel de organizador da missão, bem como o tradutor oficial, logo, há registros em redes sociais, inclusive oficial da SICS e também do Estado do Tocantins”.
Encerrando a nota, Beto Lima reiterou confiança na transparência de sua gestão e disse estar à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.

