A decisão do prefeito de Augustinópolis, Ronivon Teodoro da Silva, de exonerar o secretário municipal de Saúde, Yatha Anderson Pereira Maciel, gerou forte reação de entidades ligadas à enfermagem e à gestão pública de saúde no Tocantins. A exoneração, publicada no Diário Oficial do Município no dia 3 de novembro, ocorreu enquanto o secretário, que também preside o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Tocantins (Cosems-TO), está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Paraíba, devido à investigação de um nódulo cerebral.
Em nota oficial, a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) Seção Tocantins, manifestou “profundo repúdio” à decisão, classificando a atitude do prefeito como uma demonstração de “falta de empatia, respeito e solidariedade”. A presidente da ABEn-TO, Josane Araújo Franco, ressaltou que a exoneração “neste momento crítico de sua vida levanta questionamentos sobre a ética e a humanidade nas decisões administrativas”, afirmando que “a saúde e a dignidade humana devem ser respeitadas acima de qualquer interesse político.”
Na mesma data, o Cosems-TO divulgou uma nota de solidariedade, destacando a trajetória de Yatha Anderson como um “trabalhador dedicado, defensor do SUS e da saúde pública tocantinense, com relevantes contribuições” para Augustinópolis. O conselho fez um apelo para que a população se una em preces, desejando a recuperação do secretário.
A repercussão da exoneração entre os profissionais da saúde no estado foi imediata, com muitos classificando a medida como precipitada e desumana.
Em comentário nas redes sociais, Eduardo Azevedo, co-vereador do Coletivo SOMOS, qualificou a exoneração como “inaceitável” e clamou pela “humanidade nas decisões políticas”. Ele lembrou que Yatha Anderson “tem uma história de defesa do SUS e da saúde pública de qualidade em todo o Tocantins” e criticou a decisão do prefeito, que assumiu o cargo após a recente morte do antigo gestor.

