O prefeito de Colméia, Pedro Clésio Ribeiro, foi visto utilizando uma caminhonete Toyota Hilux locada pela prefeitura para uma viagem particular até Conceição do Araguaia (PA), distante cerca de 100 quilômetros do município tocantinense. Além do prefeito, estavam na viagem sua esposa e o contador da prefeitura, todos em um ponto turístico conhecido na cidade paraense.
O veículo em questão é destinado exclusivamente para o gabinete do prefeito e foi alugado via Ata de Registro de Preços assinada em julho de 2025 com a empresa Nort Facility Loc LTDA. O custo mensal da locação é de R$ 15.012,51, totalizando mais de R$ 50 mil pagos até o momento. O contrato especifica que a locação visa atender às demandas operacionais dos setores do Poder Executivo Municipal.
Contudo, a caminhonete não conta com rastreamento ou qualquer tipo de identificação oficial, dificultando a fiscalização adequada do seu uso. Além disso, não existem registros administrativos que comprovem sua utilização exclusiva para finalidades públicas ou em deslocamentos oficiais durante o período em questão.
Especialistas consultados pela reportagem apontam que a conduta do prefeito pode configurar desvio de finalidade e uso indevido de bens públicos, infringindo os princípios constitucionais da legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência, previstos no artigo 37 da Constituição Federal. Entre os possíveis ilícitos estão o peculato (artigo 312 do Código Penal), improbidade administrativa (Lei nº 8.429/1992) e infração político-administrativa (Decreto-Lei nº 201/1967), que pode culminar com a cassação do mandato.
Pedro Clésio Ribeiro carrega um histórico de condenação judicial. Durante mandato anterior, foi condenado por deixar de recolher contribuições previdenciárias de servidores públicos entre 2013 e 2016. Esta decisão, proferida pela 2ª Escrivania Cível de Colméia, resultou na suspensão dos direitos políticos do gestor por seis anos, além do pagamento de R$ 205,1 mil por danos materiais e multa de R$ 20,5 mil.

