
Reportagem Gazeta do Cerrado
O secretário de Estado da Saúde, Vânio Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira, 3, que o sistema estadual de saúde do Tocantins “está doente, muito doente”, ao apresentar um panorama da grave crise financeira enfrentada pela rede pública. A declaração foi feita durante a coletiva de imprensa conduzida pelo governador em exercício, Laurez Moreira (PSD), que reuniu secretários e representantes dos órgãos de controle para expor a real situação das contas da saúde e as medidas emergenciais que estão sendo tomadas.
Vânio iniciou sua fala destacando a coragem e transparência do atual governo ao “abrir a caixa de Pandora” e revelar a dimensão do problema. “A saúde está doente, muito doente. E aqui não se trata de questão política, mas de fatos que se impõem. É preciso coragem para desvelar os números, mostrar a realidade e buscar alternativas para sair dessa tempestade”, declarou.
Segundo o secretário, o Estado acumula uma dívida de R$ 582 milhões na saúde, resultado de anos de descontrole orçamentário, ausência de auditoria e má gestão dos contratos. “Recebemos uma dívida monstruosa. Não é um problema criado há 60 dias, como alguns tentam fazer parecer. Essa situação vem se arrastando há anos, com fornecedores que estão há seis, oito, dez meses, e até dois anos sem receber”, ressaltou.
O titular da Saúde explicou que, apenas neste exercício, o governo já desembolsou R$ 357 milhões para quitar despesas de exercícios anteriores, o que tem comprometido o orçamento destinado ao custeio atual da rede. “Esses R$ 357 milhões que pagamos se referem a dívidas de anos anteriores. Ou seja, parte significativa dos recursos deste ano foi usada para tapar buracos do passado. É preciso que a população entenda isso”, pontuou.
Rodrigues afirmou que o governo está tomando medidas para estabilizar o sistema, reorganizar os pagamentos e auditar contratos, mas destacou que o processo é complexo e requer tempo e colaboração de todos os setores. “Não se pode exigir que um problema acumulado por anos seja resolvido em 60 dias. Nós assumimos o compromisso de enfrentar o caos, mas é preciso responsabilidade e compreensão”, afirmou.
O secretário assegurou que, apesar da crise, não haverá descontinuidade nos atendimentos à população. “Como autoridade sanitária máxima do Estado, declaro que não haverá paralisação dos serviços. O governo está no controle do descontrole. Usaremos todos os instrumentos legais e administrativos para garantir que a população não fique desassistida”, garantiu.
Ele também agradeceu o empenho dos servidores da saúde, reconhecendo o esforço de profissionais que, mesmo diante da falta de recursos, têm mantido o funcionamento das unidades. “Quero agradecer a dedicação de cada servidor, de quem está na sede administrativa ao que atua na ponta, dentro das unidades hospitalares. São eles que, mesmo em meio ao caos, têm sustentado o sistema e garantido atendimento à população”, afirmou.
Vânio Rodrigues fez críticas à falta de reação de setores que, segundo ele, permaneceram inertes enquanto a crise se aprofundava. “O que nos causa espécie é ver que muitos só agora se manifestam, exigindo soluções imediatas, quando o problema foi construído ao longo de anos. Onde estavam essas pessoas quando as dívidas se acumulavam?”, questionou.
Ele destacou que o momento exige cooperação, transparência e união entre governo, servidores, fornecedores e sociedade. “O Estado é maior do que todos nós. Precisamos enfrentar essa tempestade juntos, com coragem, transparência e senso de responsabilidade. Não nos faltará determinação para atravessar esse momento difícil e reconstruir a saúde pública do Tocantins”, declarou.
Encerrando sua fala, o secretário fez um apelo emocionado à população e aos profissionais de saúde. “Não nos faltará coragem para enfrentar os desafios que estão postos. Não sozinhos, mas com o apoio da população, dos servidores e dos parceiros. O Tocantins vai sair dessa crise com verdade, com trabalho e com respeito à vida”, concluiu.
“Não haverá descontinuidade nos serviços, o governo está no controle do descontrole e vai usar seu braço forte para evitar que a população fique desassistida”, disse.
“Não nos faltará coragem neste governo para enfrentar os desafios que são postos”, disse.

