A Delegacia de Repressão a Roubos (DRR) de Araguaína, unidade especializada da Polícia Civil do Tocantins, conquistou o 2º lugar no Prêmio de Boas Práticas em Segurança Pública do Consórcio Brasil Central, com a iniciativa “Redução sem precedentes de crimes de roubo”. O projeto destacou-se entre 19 inscritos pelo Tocantins e disputou com ações de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Distrito Federal.
“A premiação é um reconhecimento às boas práticas desenvolvidas pela Delegacia de Repressão a Roubos de Araguaína que tem feito um excelente trabalho, contribuindo efetivamente para a redução dos índices de roubos na cidade. Isso é uma honra não só para a Polícia Civil mas para toda a população que é a grande beneficiada”, destaca o secretário da Segurança Pública, Wlademir Mota Oliveira.
O delegado-geral da Polícia Civil do Tocantins, Claudemir Luiz Ferreira, também ressalta que a premiação é motivo de honra para a corporação. “A DRR tem feito um trabalho de excelência em Araguaína, a queda dos índices por si só, demonstram na prática o empenho dos policiais da unidade em prestar o melhor serviço e trazer mais segurança à população. A premiação nos enche de orgulho e mostra que estamos no caminho certo”, ressalta.
Conforme dados de 2011, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Brasil enfrenta índices alarmantes de roubos, ocupando o terceiro lugar entre 18 países da América Latina em registros proporcionais. Em 2019, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública reportou mais de 1,3 milhão de ocorrências de roubos no país, o que equivale a um assalto para cada 159 habitantes. Ainda, estima-se que 30% da população carcerária nacional seja composta por autores desse crime.
Criação da DRR
O delegado titular da DRR – Araguaína, Fellipe Crivelaro, explica que a divisão especializada foi criada em 2018, e tinha como objetivo enfrentar uma crise de roubos no município. “Naquele ano, foram registrados 2.438 roubos, uma média de 6,67 por dia. Em 2024, até 10 de dezembro, o número caiu para 305 casos, ou 0,83 por dia, representando uma redução de 87,5%. A cidade, com 171.301 habitantes segundo o último censo, alcançou maior segurança graças ao trabalho da equipe da DRR, que realizou operações exitosas, prendeu centenas de suspeitos e concluiu cerca de 2 mil investigações”, destaca.
A proposta de criação da delegacia partiu do delegado Fellipe Crivelaro, apoiado pelo então delegado regional Bruno Boaventura. Crivelaro destacou que, em 2016, houve dias com até 18 roubos registrados, mas já no primeiro ano da DRR os índices reduziram em 20%. “Operações como a Assepsis, realizadas logo após a criação da unidade, impulsionaram o sucesso da delegacia”, pontua.
O delegado Breno Eduardo Campos Alves, também atuou na unidade por quatro anos e contribuiu com métodos de inteligência e estratégia adquiridos durante sua experiência na Polícia Civil de Minas Gerais. Para o delegado, a criação da DRR foi essencial para combater os altos índices de roubos e qualificar o trabalho policial na região.
Fellipe Crivelaro destacou que a equipe instituiu o conceito de “assaltantes em série” para descrever criminosos reincidentes, adotando métodos investigativos que levaram a condenações que ultrapassam os 40 anos previstos no Código Penal.