Representantes dos nove Estados da Amazônia Legal cobraram ajuda por parte do governo Lula para enfrentar as queimadas recordes na região, que já têm 59 mil focos desde o início do ano, o maior número em 17 anos.
As chamas são causadas pela estiagem que atinge grande parte do país e já trouxe fumaça para as regiões Sul e Sudeste. Na quarta-feira 21, os governantes se reuniram com ministros como Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) para discutir soluções.
Foi destacada a necessidade de proibir o uso do fogo para manejo da terra e intensificar a fiscalização, especialmente em áreas próximas a rodovias entre Porto Velho (RO), sul do Amazonas e Novo Progresso (PA). A ministra Marina Silva informou que o governo está monitorando os municípios que mais desmatam e afirmou que a maioria dos incêndios é causada por ação humana.
O governador Wilson Lima (União-AM) pediu maior coordenação entre os governos para lidar com os impactos da seca. Ele ressaltou que as ações devem ser integradas para serem eficazes.
O governo alega que está operando 178 frentes de combate a incêndios na Amazônia, com quase 1,5 mil brigadistas, e criou três frentes interfederativas para lidar com novos focos de calor. Agências como Polícia Federal, Ibama, Incra e ICMBio estão envolvidas na aplicação de sanções e responsabilização dos envolvidos.
Além do combate ao fogo, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) liberou R$ 13,4 milhões para o Pantanal e R$ 11,7 milhões para a Amazônia, para defesa civil e assistência humanitária.
Fumaça de queimadas na Amazônia e no Pantanal deve persistir nos próximos dias
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a fumaça resultante das queimadas na Amazônia e no Pantanal deve continuar densa nos próximos dias.
Imagens de satélite do Instituto de Cooperação para a Pesquisa na Atmosfera, em parceria com a Universidade Estadual do Colorado e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, dos Estados Unidos, mostram áreas de Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul cobertas pela fumaça desde a semana passada.
Segundo o meteorologista Heráclio Alves, do Inmet, a fumaça se concentra principalmente, na área do Amazonas, de Rondônia e de Mato Grosso. “Essas regiões estão com temperatura muito alta, varia entre 38°C e 41°C, com umidade abaixo dos 30%, pontualmente até abaixo dos 15%”, explicou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
O tempo quente e seco facilita o surgimento de novos incêndios e intensifica os já existentes. Além disso, ventos fortes, comuns na época, ajudam a espalhar os focos e a fumaça.
Tanto a Amazônia quanto o Pantanal têm registrado um aumento nos focos de incêndio. Na floresta, os números são os piores em duas décadas.
No Pantanal, a temporada de fogo começou mais cedo, e os focos de incêndio aumentaram 1.593% de janeiro até 1º de agosto, em comparação com o mesmo período do ano passado.
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